terça-feira, 25 de abril de 2017

25 de Abril


Esta data, perdida no passado, esfumadas as reminiscências pelo fluxo das gerações que se lhe seguiram, transformou-se numa folha seca, amarelecida pelos ares frustrados da liberdade, com o nome esfarrapado de democracia.
Agora vamos tapando buracos com areia, experimentando sensações, esborratando cenários, acumulando promessas e continuando a esperar por melhores dias.
Entretanto, os pobres permanecem pobres e os ricos gozando as suas riquezas, de proveniência tantas vezes obscura.
Mas Portugal é sereno e os cidadãos acomodatícios.
No tempo dos imperadores romanos, dava-se ao povo, carne e divertimentos. Nós, modernos e inovadores, temos gastronomia e arraiais.
O resto é conversa.
O resto… é isto que nos inspiram os que detêm as rédeas:

Somos um país de esperança,
à beira-mar implantado.
Quem espera sempre alcança
mesmo que seja logrado

Quem espera, desespera,
também lá diz o ditado.
Nisto do “era, não era”
neste quadro mal pintado.

Mesmo assim, dê-nos conforto
o juízo dos mentores,
de riso e olhar sempre torto
como se fossem maiores..

Nosso destino é esperar,
brilhe o sol ou sopre o vento,
que o Zé sabe calibrar
as asas do pensamento.

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